segunda-feira, 30 de maio de 2011

A mulher e a maternidade

Olá, menines! O blog tem menos de 24 horas e já tem uma quantidade considerável de views e comments! Obrigada!

Bom, hoje resolvi falar de outro dos paradigmas que ronda a cabeça de muitas mulheres: a maternidade.

Eu não vou sair execrando o ato de ser mãe. Eu tenho mãe, todos nós temos ou tivemos mães... e a maternidade, para quem deseja ser mãe, é uma coisa muito bonita.

Porém, infelizmente ainda temos a OBRIGAÇÃO (implícita - ngm coloca uma arma na nossa cabeça, mas escutamos demais...) de sermos mães. E mães biológicas.

Sempre discuti com meu namorado duas possibilidades que a maioria das mulheres da minha idade nem cogita:

- Ser mãe mais tarde; em minha cabeça (e na dele também), maternidade não combina com juventude. E cá entre nós, não combina mesmo... minha mãe quando eu nasci tinha 22 anos, meu pai 27. Eu lembro de eles ainda estarem construindo a vida e se estabilizando financeiramente, então me criar junto com tudo isso foi bem difícil...

Já minha irmã nasceu mais tarde, quando eles tinham condições melhores. Ela tem muito mais do que eu tive. Apesar de eu ter adorado a minha "infância anos 90", a dela está sendo bem mais suprida.

Aí alguns vão argumentar que depois dos 35 a mulher começa a ficar com a fertilidade comprometida, etc... só que isto também é uma espécie de "mito", para que sejamos mães cedo. Sim, gente, minha mãe pariu aos 37 anos, com um mioma grande. Claro, foi cesárea, por causa do mioma e tudo... mas minha irmã veio muito bem, obrigada. E eu vim com hipermetropia congênita, oh god...

Na Europa a "moda" é mulher ter filho depois dos 35!

Só que mesmo que passe do meu limite biológico de ser mãe e eu me arrependa, eu penso seriamente em adotar.

A maioria das pessoas acha um absurdo uma pessoa da minha idade, com a fertilidade em dia, falar em adotar. Tudo isso porque a cultura do "filho de sangue" é muito forte no Brasil. Participo também de uma comunidade "childfree" onde as pessoas falam que o tabu de adotar é tão forte quando não ter um filho. E é verdade!

Gente, adotar é a maior amostra de que somos uma FAMÍLIA HUMANA! Não apenas "meus genes". Eu não olho os genes de uma pessoa quando quero amá-la. Portanto, se eu for mãe de uma criança adotada, ela será tão minha filha quanto se eu tivesse parido.

Mas de qualquer forma, e a mulher que NÃO QUER ser mãe, nem biológica e nem adotada?

Essa sim, é a mais execrada de todas. "Árvore seca", "sem frutos", "egoísta", "monstra"... mas gente, cá entre nós: quantos casais (ou pessoas) por aí que não cuidam mal de seus filhos?! Melhor não ter do que ter e tratar super mal...

Já o homem ATÉ TEM a cobrança de ser pai (pra provar que é macho - oh, god...),  mas não a de ser pai muito cedo. Ora, se um rapaz de 23 anos é pai - "meu Deeeeeus, que novo!! Tinha que curtir mais a vida, se arrumar financeiramente!!". Se é mulher parindo com essa idade? Normal... desde que ela seja casada e/ou tenha relacionamento estável, porque a mãe solteira sofre preconceito independente da idade, o que tbm é matéria para outro post.

Enfim, o que sou contra é a "obrigação implícita" de ser mãe. Se a mulher se sente preparada para tal, e num momento propício a isso - ela deve ser mãe!

Mas se ela não quer... é complicado ser mãe só porque "completou 2 anos de casamento". E olhe que já vi várias!

Muitas inclusive sofrem pressão de parentes para tal. É aquilo: no começo perguntam, "tá namorando?", depois é "quando casa?"... e enfim quando casa, "cadê os filhos?"

O problema é que nem no casamento, nem na maternidade o povo vai ajudar. Tá, alguns até vão, mas são parentes próximos. Aquela sua ex amiga de faculdade vai lá te ajudar quando o neném chorar?

Vai nada!

E olha... eu não sou mãe, mas criança dá um trabalho... sei disso porque, como citei acima, tenho uma irmã 15 anos mais nova. Se eu fosse mãe precoce, teria idade pra ter dado a luz a ela! Então, vi todo o processo. A dependência que uma criança até 5 anos causa. E depois a fase dos porquês. E depois etc...

Mãe é mãe por toda a vida. A não ser que ocorra um acidente ou morte imprevista, uma mulher que for mãe aos 20, 30 anos, dali há dez ainda será mãe. E dali há vinte. E dali há trinta. E... bom, como nenhuma mãe pretende que seus filhos morram antes dela, ela será mãe pela VIDA TODA.

Claro que uma hora o filho cresce, sai de casa... mas a mãe vai se preocupar com ele. Mesmo que ele ainda tenha 50 anos e ela 70 e tantos.

É o que acontece. Maternidade é PARA A VIDA TODA.

Infelizmente, muita gente usa filho como "moeda de troca", seja para tentar segurar relação, seja porque "toda familia tem filhos", seja porque arrumou namorado/marido novo e deve ter um filho de cada.

Cada um/a decide quando e como ser mãe, porém... pense muito bem. Pense se quererá um ser humano para a vida toda, para ser seu filho num vínculo que nunca acabará.

Pense se o terá com carinho, cuidados e todo o aparato que um filho merece. Ele não pediu para nascer; você será rsponsável por ele até ele terminar, no mínimo, a faculdade. Provavelmente a felicidade do primeiro terço da vida dele dependerá de você e do pai dele.

Pense. Não tome a maternidade como obrigação ou porque "chegou a hora". Não trate um ser humano como "brinquedo" ou "realização pessoal" tão somente. Pense, e se for mãe, seja consciente e com condições de dar-lhe uma vida, não somente uma existência.

Um comentário:

  1. Concordo plenamente com vc. Simplesmente as mulheres podem ser mães se realmente desejarem..!!
    E quando são mães despreparadas ainda delegam a educação para escolas, babás e avós.
    Eu adoro crianças..mas não tenho vocação para maternidade. Sou tão estabanada, desajeitada..realmente a mãe natureza sabe o que faz..rsss !!

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